A DOENÇA DA MORTE
Amar é uma espécie de suicídio,um salto sem rede.Acho que é uma das coisas mais perigosas que podemos nos propor a fazer...Se entregar.Não ter medo de perder o controle,de se modificar,de mostrar como somos frágeis.Quando dizem que mulheres são sentimento e homens mais racionais,geralmente encaro como ofensa,mas ultimamente,estou mudando tantos conceitos em minha cabeça que prefiro respirar fundo e tentar entender por outro ângulo...
Pensar sobre o amor.Sobre o sexo.Sobre a entrega.Este domingo fui assistir A Doença da Morte(já saiu de cartaz,mas é "literatura"talvez seja bem legal ler e criar o próprio cenário....)Parece estranho,destrinchar um sentimento tão cheio de nuances,versões,pelo qual loucuras(para o bem o para o mal) são cometidas,e do qual milhares de páginas foram escritas;ainda mais sendo um texto de uma mulher(Marguerite Duras) e que fala do universo interior masculino!
E é muito estranho,mesmo um homem fazer DR(discutir a relação);mais perdido e confuso que cachorro em mudança..No próprio programa da peça,Marcio Aurelio(diretor) avisa que "a mulher sabe de cor oque o homem precisa recorrer as anotações o tempo todo para estruturar a vida dos dois..."Então,quando ele tenta entender o amor,cai profundamente no seu mundo,se entranha,se estranha,se perde no labirinto de emoções,por penhascos, principicios...Não é pra menos que homens se apavoram nesta montanha russa.Mulheres planam acima dessa loucura,aterrizam,mergulham.E salvam esses seres despreparados e assustados,curam a doença da morte,,porque o antidoto do amor é o amor....
Ninguém melhor que Paula Cohen para representar a entrega(substantivo feminino,reparou?);uma atriz tão querida e disposta que realiza o sonho de todo artista em viver da sua arte.A moça trabalha demais,conta as peças por temporadas,esta em várias montagens ao mesmo tempo.E dá conta do recado!Quem disse que quantidade não pode vir atrelada a qualidade?Uma languida Mulher,sem nome,que pode bem ser a musa,a morte,a doença,a cura.É uma brisa,ou um redemoinho,enlouquece e acalma nosso herói,Eucir de Souza;o podre Homem perdido;Teseu moderno,que desfia sua linha,e por ela se enreda ainda mais.Bom que tenho formação teatral,por que vi também o quanto um ator tem que ser maduro e resolvido para poder ser ansioso,porém determinado personagem a procura desse tesouro que é a essência para a qual fomos criados...gostaria de usar outra palavra:desejo,morte,sexo...mas a única capaz de abraçar,explicar e reduzir esse mundo louco e maravilhoso,já usada demais e indevidamente....é AMOR
Amar,se entregar,enlouquecer e adorar tudo isso....no dos outros é refresco!
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